O termo Fitoterapia resulta da junção das palavras gregas “Phythón” (planta) e “Therapeía” (terapia).
A fitoterapia é um método terapêutico que estuda os efeitos medicinais das plantas e as utiliza como complemento em tratamentos, prevenção e cura de doenças.
A origem da fitoterapia é muito mais remota do que aquilo que conhecemos, uma vez que o tratamento através de plantas foi durante muito tempo, o único disponível e ao alcance do homem.
A utilização de plantas para fins terapêuticos em povos orientais regista um estudo da mesma desde há cerca de 4000 anos, como é o caso da Índia, e posteriormente, na China. A difusão para a Europa foi feita um pouco mais tarde, através da divulgação de técnicas de tratamento por parte dos povos orientais. Estes são os sistemas terapêuticos mais antigos do mundo e foram difundidos de geração em geração.
No entanto, na Europa, com os avanços da medicina convencional e da própria ciência, este tipo de terapia foi perdendo relevância para os povos mais modernos que acompanham a evolução da medicina.
A partir do século XIX, o enorme avanço científico na área da química fez com que a fitoterapia começasse a ganhar uma maior expressão, o que fez com que houvesse um maior investimento no estudo e identificação, assim como na análise dos princípios activos das plantas e como se poderia tirar melhor partido daquilo que a natureza nos oferece.
Nas últimas décadas, o interesse por alternativas mais naturais tem aumentado, o que tem levado à procura de tratamentos e produtos de fitoterapia. Isto deve-se muito ao facto de algumas pessoas quererem evitar medicamentos convencionais, mas também de forma a atenuar possíveis efeitos secundários provenientes da utilização desses mesmos medicamentos.
Além destas razões para um aumento da procura por tratamentos de fitoterapia, hoje em dia temos muito mais informação disponível e mais estudos comprovados em relação aos benefícios do uso de plantas em tratamentos, o que resulta num aumento da confiança por parte do consumidor. Outra razão pelo aumento de popularidade da fitoterapia é o facto de as suas matérias primas terem origem natural e, portanto, serem facilmente manipuláveis.
Ainda se desconhece grande parte dos princípios ativos de uma grande variedade de plantas, assim como as ações desencadeadas pelos diversos constituintes destas plantas, devido à sua complexidade.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) reconhece a ação terapêutica de algumas plantas medicinais como recurso e o facto de o seu uso apropriado poder ser útil para a prevenção e complemento nos cuidados primários de saúde nas populações.
Para que serve a fitoterapia?
As plantas oferecem inúmeras propriedades, e portanto, podem ser utilizadas para vários fins medicinais. Promovem ações como tratamentos antibacterianos, calmantes, estimulantes, anti-fúngicos etc.
A fitoterapia utiliza raízes, flores, cascas, sementos, folhas, bolbos, algas, para tratamento de diversas doenças crónicas, como: depressão, ansiedade, problemas do sistema digestivo, flatulência, cãibras menstruais, tensão, stress, problemas de pele, condições do sistema respiratório como alergia, asma, entre muitas outras.
Alguns tratamentos anti-idade e emagrecimento também utilizam métodos que recorrem à fitoterapia. Tudo isto deve ser aliado a uma alimentação saudável e equilibrada.
Apesar dos medicamentos utilizados na fitoterapia não estarem associados a efeitos secundários, deve-se recorrer a um fitoterapeuta credenciado, de que forma a que estes tratamentos sejam eficazes, administrados de forma e dosagem correcta para que se tire um melhor partido desta medicação. Deve ter em conta o quadro clínico do paciente de forma a escolher o melhor método e produtos a recomendar.
A fitoterapia visa uma abordagem holística, com o intuito de promover o bem-estar e o equilíbro do corpo, assim como da mente. Não tem como objectivo substituir a medicina convencional, mas sim, servir como complemento a tratamentos, ajudando assim, à prevenção, alívio ou tratamento de sintomas leves.
As infusões de ervas (extraídas de plantas secas), comprimidos, xaropes, óleos essenciais (através da aromaterapia), pomadas, entre outros, são os principais produtos onde encontramos presente a fitoterapia.
Alguns problemas que podem ser combatidos através da utilização de extratos de plantas:
Problemas digestivos: alfazema, salva, centáurea, tília; Cicatrização de feridas e tratamentos tópicos: centáurea, calêndula, alfazema; Gripe e febre: própolis, sabugueiro, salgueiro, equinácia, camomila; Stress, ansiedade, insónias: camomila, valeriana, passiflora, tília; Uva-ursina: infecções urinárias; Flatulência: carvão vegetal
Benefícios da fitoterapia
A fitoterapia é, essencialmente, benéfica pelas suas características naturais, mas o acesso aos produtos e o preço a que estão disponíveis, são também uma vantagem para quem pretende recorrer a este método complementar.
Em comparação com a medicina tradicional, este tipo de terapias está exposto a menos riscos no que diz respeito a efeitos secundários, assim como de haver dependência dos mesmos.
Desvantagens da fitoterapia
Sendo um tratamento natural, é normal que possa demorar a apresentar resultados, o que pode ser considerado uma desvantagem.
Apesar de ter poucas contra indicações e constituir pouco risco para a saúde, é necessário que se cumpram todas as indicações de toma, como é o caso de pessoas que facilmente desenvolvem alergias, hipertensos e grávidas. No entanto não é só nestes grupos que deve haver precaução. A má utilização dos medicamentos, à semelhança da medicina convencional, pode constituir riscos para a saúde, como a sobredosagem e incompatibilidade com outros medicamentos e/ou tratamentos. Consulte sempre um fitoterapeuta de forma a encontrar o método mais adequado para si, assim com o um médico ou técnico de saúde, de forma a que possa conciliar os métodos da forma mais benéfica para o seu organismo.
Rigor e qualidade
Um conjunto de requisitos dita as normas que a fitoterapia deve cumprir para colocar um produto no mercado, e portanto é submetido a vários critérios e estudos científicos rigorosos, o que garante a segurança destes medicamentos. O processo de controlo de qualidade começa desde o cultivo da planta fresca, passando pelo processo de produção até ao à composição final, onde se preservam os constituintes da planta fresca.
Fitoterapia, um aliado à medicina moderna
A fitoterapia serve como complemento à medicina convencional e nunca deverá servir como substituto a tratamentos ou medicamentos recomendados por um médico. A fitoterapia, enquanto terapia alternativa, é um forte aliado na prevenção e alívio de sintomas.